Tem quem cogite que foi tudo combinado, mas é um exagero, claro. O deputado Romero Rodrigues (Podemos) não chegaria a tanto na política com uma atuação digna de Oscar, nem o prefeito Bruno Cunha Lima (União) tem a menor vocação para papel coadjuvante.
A novela romerina teve criatividade de um Dias Gomes e lances de drama de uma peça de Shakespeare. Mas, ao fim e ao cabo, ficou mais para um folhetim mexicano. E nada contra eles, que fazem relativo sucesso, inclusive aqui no Brasil.
O capítulo de hoje não chega a surpreender pelo conteúdo da decisão final, a julgar pela característica e histórico da personagem principal, mas pela forma caquética.
Para toda a expectativa criada, faltou um desfecho triunfante, até para fazer jus ao tamanho da audiência. Faltou à estrela um argumento digno do enredo que desfiou.
No capítulo derradeiro, o que vimos foi um Romero abatido, sem o texto com a qualidade exigida para um arremate à altura do suspense que ele mesmo construiu no mundo da política, estimulou em diálogos de bastidores partidários, instigou entre aliados fieis, e, principalmente, alimentou nos seus eleitores.
O ‘anúncio’ saiu extemporâneo, em fim de festa, numa entrevista tímida e em ambiente similar à consternação fúnebre. Pecou pela precariedade do cenário e empobreceu a narrativa.
Sujeito simples, sereno, conciliador, gestor bem avaliado e dono de carreira vitoriosa, Romero talvez ainda não saiba o tamanho que conquistou na plateia de Campina Grande ou, se sabe, não aprendeu ainda como administrar esse patrimônio.
Nessa novela, fez quase tudo certo, se fosse para ser candidato, mas passou do ponto, esticou a temporada além do que podia e perdeu a hora certa de sair de cena. Começou protagonista e terminou quase como figurante. Para Romero, não teve final feliz. Quem sorriu no último capítulo foi Bruno Cunha Lima…