Tem sido intensas as últimas horas do deputado federal Romero Rodrigues. De ontem para hoje, o parlamentar do Podemos se reveza em reuniões para basicamente seguir o script da retirada de uma candidatura alimentada há mais de um ano, ora por aliados, ora pelos gestos do próprio Romero.
No fim de semana, lideranças do Republicanos tentaram contato com Romero para a cartada final. Rodrigues não atendeu. Na segunda, tentou retornar, mas recebeu o mesmo tratamento de algumas delas.
Na noite de ontem, Rodrigues conversou por mais de duas horas com o presidente estadual do PSDB, Fábio Ramalho (PSDB). Na casa do deputado estadual, em Lagoa Seca, os dois trataram do desfecho de uma novela que passou do ponto final.
Ramalho sempre foi defensor público da reciclagem da deteriorada aliança com o prefeito Bruno Cunha Lima. De junho para cá, ficou quase isolado na crença do milagre da recomposição.
Ao amanhecer do dia, o ex-prefeito recebeu em seu sítio particular, na zona rural de Campina Grande, aliados e defensores de sua candidatura, muitos dos quais ele chegou a encarar, de tanto ouvir, como certa uma candidatura para enfrentar a reeleição do prefeito Bruno Cunha Lima.
Dessa vez, Rodrigues sinalizou a saída do páreo e a desistência do que nunca disse publicamente, mas sempre ruminou nos bastidores: a disposição de encarnar o papel de contraponto ao seu sucessor na Prefeitura.
Aliados que prepararam o terreno da candidatura e se expuseram publicamente na defesa da candidatura, melindrando relações e até rompendo com Bruno, não esconderam o sentimento de frustração. Um dos mais consternados foi o vereador Márcio Melo, primo de Romero.
No encontro, ficou combinado que o conteúdo do diálogo e da desistência não seria vazado até o comunicado oficial e nem antes de outras reuniões que devem acontecer até sexta. O código não funcionou. Alguns não seguraram a língua e o roteiro, assim como Romero não segurou o que ensaiou -por meses – como capítulo final.