“Eu entrei na Faculdade de Direito, mas o Direito não entrou na minha Faculdade. Deixei o fórum pelo palco para fazer justiça musical”. Essas são frases de Severino Xavier de Sousa, advogado frustrado que, para sorte nossa, cedeu lugar ao artista vocacionado.
Se largou o Direito antes do diploma, Biliu de Campina honrou seu juramento da universidade artística. A vida inteira fez justiça aos patronos do forró e símbolos da legítima cultura artística nordestina.
Enalteceu Luiz Gonzaga, o maior de todos, vivificou o paraibano e ritmista Jackson do Pandeiro, de quem era assumido seguidor fiel, manteve acesa a chama de Marinês, e preservou a memória de tantos outros do mesmo panteão. Foi radicalmente defensor da originalidade de nossa música.
Do calçadão do café na praça aos microfones de programas de rádio que liderou, Biliu sempre se misturou com sua gente, se inspirou nela e cantou para ela e por ela.Pagou deliberadamente o preço por se manter casto em sua concepção musical, sem ceder à tentação das receitas de sucessos fáceis. Foi fiel a si mesmo.
Amou tanto sua Campina Grande que fez dela o seu sobrenome, cartão de apresentação, lema de vida e bússola permanente. Irônico e brincalhão, ao encontrar alguém pelo Brasil afora ouvia: “Como o mundo é pequeno”! De pronto, retrucava : “Não é o mundo que é pequeno, Campina que é grande”!
E Campina é grande porque tem gente do tamanho de Biliu.