“Que medo os jogadores da Colômbia vão ter deste Brasil neste momento?”. A pergunta do jogador colombiano Faustino Asprilla foi uma provocação dias antes da seleção da Colômbia enfrentar e, de igual para igual, empatar com o Brasil na Copa América.
A cutucada de Asprilla soou como profecia. Em campo, a nossa canarinha até começou bem, mas depois passou sufoco em campo e por pouco a torcida brasileira não passou vexame na arquibancada.
Tirando a estratégia do efeito emocional, a crítica do jogador colombiano tem uma constatação. Faz tempo que a seleção pentacampeã não bota medo em ninguém. O elenco atual tem qualidade mediana, se muito.
Fora um ou outro talento individual, estamos mal das pernas, literalmente. E esse cenário vai além das quatro linhas do futebol e alcança o país em outras dimensões, porque a seleção sempre foi patrimônio nacional, símbolo de orgulho e cartão de apresentação no mundo.
O seu baixo desempenho traduz o atual momento do futebol brasileiro. De grande exportador de craques, hoje os times nacionais importam atletas como nunca. Um termômetro que deixamos de ser o que um dia fomos e não será fácil recuperar.
Se a seleção vai mal, o brasileiro perde o seu maior maior elo de unidade e identidade nacional. A auto estima murcha tal qual a bola jogada no gramado.
Asprilla diz que adversários já não temem os jogadores brasileiros. Já nós torcedores tememos muito pelo que isso significa.