Dividir para conquistar. Ao longo da história, de Júlio César para cá, muitos líderes usaram essa estratégia para alcançar seus objetivos. O PSB da Paraíba conviveu sob essa égide durante umas duas semanas.
Deu resultado. E ele saiu, direto de Brasília, materializado em fotografia publicada pelo presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira.
Na imagem, Siqueira entre o governador João Azevêdo e o presidente estadual da legenda, o deputado federal Gervásio Maia. Nem precisaria de legenda. João e Maia estão condenados a se entender.
Para João, trocar de partido de novo seria traumático. Não se encontra uma legenda estável e com solidez nacional do dia pra noite. Para Gervásio, a saída de João implicaria em perdas substanciais para o futuro do partido.
Um precisa do outro. Ponto.
Pelo visto, os dramas internos do PSB pacificaram, ao menos nas fotos. O partido, porém, ainda não tem resposta para algumas óbvias e desconcertantes perguntas?
Até quando uma legenda de porte razoável e história respeitável na biografia nacional vai continuar sob o desconforto de comissão provisória na Paraíba? Quando filiados e lideranças serão, enfim, chamados a eleger um diretório estadual, que garanta democracia interna e estabilidade?
Quando o PSB reunirá sua militância em congressos – com direito a voz e participação – para discutir e debater temas da política, ideias de gestão e um projeto de partido que supere o imediatismo e superficialidade de acordos para a eleição da vez?
O PSB é grande e tem história demais para se contentar em ser um amontoado de prefeitos – sem identidade de governo ou afinidade partidária – guiados pela biruta do poder e movidos pelos ventos da caneta da vez. É pouco demais para o partido que governa o Estado e o legado que se espera dele.
Agora, novamente em aparente clima de paz, o PSB e seus cabeças podem contar com um ambiente arejado que inspira pensar um pouco além de guerras.