Atende pelo nome de Claudia Cabral a barreira de contenção daquilo que, se não for combatido, tem potencial de se transformar no estouro da boiada, nas palavras do famoso ministro Ricardo Sales, de nenhuma saudosa memória.
Tem sido a promotora do Ministério Público a pedra no caminho das construtoras que levantaram prédios em Cabo Branco e Manaíra, violando, à luz do dia e na cara das autoridades, o que é sagrado à Paraíba e o que faz de João Pessoa um diferencial no litoral brasileiro: a Lei do Gabarito, responsável por limitar a altura de edificações e impedir os famosos espigões à beira mar.
A capital paraibana está crescidinha demais para admitir retrocessos legais e desrespeitos flagrantes. Claudia Cabral se posta como legalista na defesa de um patrimônio imaterial da cidade, e representa neste ato arquitetos, engenheiros e construtoras sérias, e uma sociedade inteira ciosa dos direitos coletivos.
Mas, parafraseando o adágio popular, uma promotora só não faz justiça. A coletividade crítica pessoense está sendo convocada à exercitar sua cidadania, fortalecendo e se somando ao Ministério Público na defesa rigorosa e intransigente do bem estar e interesse coletivo da cidade.
Claudia Cabral está no meio de uma maratona onde se corre contra grandes e velozes interesses. E não está sozinha nessa. Nem ela e nem a altiva e pensante sociedade pessoense podem se deixar vencer pela “força da grana que ergue e destrói coisas belas”, como advertia o poeta Caetano Veloso.