Ninguém pode dizer que o prefeito Bruno Cunha Lima não está se esforçando. A mobilização para o ato de troca e chegada ao seu quarto partido é uma notória etapa da força tarefa de reversão do quadro delicado que gestão e gestor vivem. E que, com passos acertados e doses de humildade, pode até ser revertido.
Como era de se esperar, Bruno fez o dever de casa e garantiu boa plateia ao evento. A poderosa máquina oficial que opera deu resultado e cabalou muita gente para figurar nas fotos e imagens para o prefeito protagonizar peças de redes sociais.
O movimento, nesse sentido, cumpriu o propósito de dar uma injeção de ânimo no exército interno e exibir alguma mensagem de reação ao público externo, que acompanha – com certa surpresa – o atípico cenário da sucessão campinense.
Atípico porque não é comum o ambiente de crises políticas e dificuldades de resultados de gestão no volume registrado em Campina, por mais que o jovem prefeito imponha, no discurso, que a gestão “vive seu melhor momento”.
Nas câmeras, a contraofensiva para sair das cordas foi até bem sucedida, mas a decantada filiação ao potente União Brasil não conseguiu, todavia, superar o que cada vez mais parece ter se tornado intransponível: o distanciamento do deputado Romero Rodrigues, maior cabo eleitoral da cidade e o maior obstáculo do mundo aos planos de reeleição.
Em pleno domingo, Romero – que não larga Campina por nada num fim de semana – preferiu bater em retirada e bater ponto em Maceió, capital de Alagoas, em agenda com o ministro Celso Sabino, a ser um dos passageiros dos ônibus que despejaram caravanas na Medow. O fantasma da ausência de Romero pairou como latente presença.
Se era o propósito, Bruno conseguiu o êxito de demarcar – definitivamente – o território político da cidade, com direito a fotos, coberturas e testemunhos. E na demarcação o prefeito e Romero estão em terrenos tão diferentes que já não cabem no mesmo palanque. Contrastantemente, o festivo evento de filiação, inspirado no conceito de ‘união’, carimbou a divisão.
