Análise: o existencialismo de Daniella e a liberdade de escolha de João em 2026 – Heron Cid
Opinião

Análise: o existencialismo de Daniella e a liberdade de escolha de João em 2026

7 de dezembro de 2023 às 16h41 Por Heron Cid

Jean Paul Sartre já teorizou sobre decisões. “A escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo”.

Lembrei da reflexão do filósofo existencialista ao ouvir ontem a senadora Daniella Ribeiro (PSD), durante o programa Hora H, da  Rede Mais Rádios.

Ao se referir a 2026, a senadora defendeu que “o governador deve ter a liberdade de seguir a vida dele”. A tese foi reação à suspeita de traição levantada pelo deputado Felipe Leitão (PSD), a quem a senadora preferiu solene e nominalmente ignorar na resposta ao autor do Blog e Wallison Bezerra.

“Então estamos muito tranquilos com relação às nossas decisões políticas. Para Lucas, para mim e para o deputado Aguinaldo Ribeiro não tem nenhum problema se João ficar”, reforçou o argumento.

Se depender do que assinalou a presidente estadual do PSD, o clã Ribeiro não fará gestões, insinuações ou pressões para alçar ao Palácio da Redenção quando 2026 chegar.

Mesmo o governador João Azevêdo (PSB) já tendo – publicamente – sinalizado interesse pela disputa ao Senado, se houver condições objetivas para tal, o que implica afastamento do cargo em abril e assunção do vice Lucas Ribeiro.

O conteúdo da fala de Daniella foi a forma sofisticada de verbalizar que esta escolha é única, pessoal e intransferível do governador. Como prescreveu Sartre, João – feito todo homem – é condenado a ser livre. E, na filosofia da política, a escolher.

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