O que será que será? Campina Grande falava alto pelos botecos e gritava nos mercados, como cantam Milton e Chico. A pesquisa do acreditado Instituto Opinião, publicada nos veículos da Rede Mais, respondeu o que já andava nas cabeças e nas bocas. Em alto e bom som.
Os números divulgados são uma ressonância com precisão para diagnóstico prévio: a eleição de 2024 na Rainha da Borborema passa, inapelavelmente, pelo deputado federal Romero Rodrigues (Podemos). Assim como em 2020, mais uma vez.
Com 42,2% das intenções de voto em cenário estimulado com outros sete nomes, Romero é rejeitado por apenas 2,5% dos entrevistados, mesmo após dois governos e três anos fora da gestão.
Situação oposta ao prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), que aparece com 16,6% das intenções de voto, 34,3% de rejeição e com gestão reprovada na casa de 52%. Um constrangedor contraste entre antecessor e sucessor.
Com um detalhe para se estudar. A aprovação de um não amenizou a reprovação do outro. E vice-versa. O desgaste do prefeito não pegou no seu cabo eleitoral. Como água e óleo, não se misturam. O eleitor está, decididamente, fazendo a separação. Um fenômeno a pressionar o ex-prefeito a consumar o que as ruas sussurram “em versos e trovas”.
E a oposição? Ficará de boca escancarada cheia de dentes esperando a decantada ruptura na base governista? Se Bruno convive com o mal da ‘romerodependência’, desta a oposição deve tentar se curar, com unificação rápida e consolidação de uma frente para massificar um nome.
Apostar só na sangria é risco demasiado, e com grande probabilidade de o filme se repetir, como no verão no passado . Uma recomposição pode gerar efeito colateral. E não é desprezível pensar que Bruno – levado pela situação deteriorada – tenha algum espasmo de humildade, e corra atrás da sutura de uma relação adoecida para tentar sair da UTI.
Usando uma linguagem médica, a gestão hoje é um paciente político cujo boletim da vida real alerta estado crítico e baixa imunidade. Na bula, o resgate de Romero aparece como um dos remédios. Não o único tratamento. A pesquisa alerta perigo de metástase e recomenda cirurgias de emergência. Do contrário, “todos os avisos não vão evitar”…