Pouca gente na Paraíba exibiu tanta fidelidade a Jair Bolsonaro quanto o deputado Cabo Gilberto Silva. O PM viu no requisito da ‘lealdade ideológica ‘a senha do mundo bolsonarista para um mandato na Câmara dos Deputados.
Deu certo. Catapultado pela nova onda bolsonarista, o cabo herdou a vaga da autointitulada direita paraibana, que em 2018 alçou à Brasília o então desconhecido Julian Lemos.
Se saboreou o bônus em 2022, Gilberto agora experimenta o ônus. E nem mesmo broche federal na lapela impediu-lhe de sofrer pública rasteira.
Dissidente da decisão da cúpula nacional do PL, com aval de Bolsonaro, que orienta voto em Marcelo Queiroga, o deputado teve a autoridade de presidente do partido em João Pessoa violentada à luz do dia, em praça pública.
Despejado do cargo, ainda amarga o constrangimento de engolir no seu lugar o ex-ministro da Saúde, o ungido de Bolsonaro para pré-candidatura a prefeito da capital paraibana.
Para impor sua vontade, o capitão atropelou a patente do cabo, um dos seus mais fiéis soldados. E, no código bolsonarista, a humilhação é pedagógica. É um aviso prévio do que acontece a quem ousa desertar das ordens do “mito”.