O deputado Hervázio Bezerra (PSB) é psicólogo de formação. Aprendeu, portanto, a ler a mente humana. Por isso, quando o parlamentar alerta, publicamente, sobre os sintomas negativos da aliança com o PSB é importante que o prefeito Cícero Lucena (PP) e seus conselheiros mais próximos levem mais a sério.
De líder de Cícero na Assembleia, Hervázio desacelerou e se converteu, nos últimos dias, numa espécie de guizo no gato. Dedica sua pregação a denunciar o perigo iminente de ruptura, dado o distanciamento gradativo dos dois principais dirigentes do PSB, Gervásio Maia, presidente estadual, e Tibério Limeira, presidente municipal em João Pessoa.
Defende, solitariamente, quase em forma de apelo, um S.O.S de reposicionamento da articulação do prefeito para desanuviar o turvo e glacial relacionamento. Até agora não há sinais de que tem sido ouvido na dimensão que o caso recomenda e requer.
Talvez por que alguns articuladores ciceristas pensam – desavidamente – que o PSB quer a cabeça de Léo Bezera, o vice. Diferentemente, Hervázio percebeu o óbvio: a mira, na verdade, é noutra vaga, a de Cícero, o prefeito. É o que gestos subliminares e sussurros de corredores socialistas gritam nos bastidores e em plenárias.
Não é somente o corpo da sigla. É a alma e envolvimento da militância que contam na hora da batalha. Uma coisa é a formalidade do casamento, outra é a verdade do sentimento.
O diagnóstico do deputado sobre a síndrome em curso merece ser ouvido e refletido para a prescrição de terapia adequada. Se não em respeito à sua experiência política, então pelo menos por atenção à sua graduação profissional. O que muitos aliados de Cícero ainda não entenderam, Freud explica! Hervázio, também.