O gesto foi individual, mas a iniciativa do deputado Tovar Correia Lima (PSDB) – do ponto de vista da política – representa um movimento. E não é exclusivo do parlamentar tucano.
A ida de Tovar até o governador João Azevêdo (PSB) tem caráter institucional, mas forte conteúdo político, porque é a materialização de um sentimento de eloquente insatisfação de aliados do ex-prefeito Romero Rodrigues – e parte considerável do cassismo – com o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD).
Sem espaço e sem atenção digna do nome, Tovar e outros se sentem à beira do caminho.
Em Bruno, nem encontraram reciprocidade administrativa, na gestão municipal, e nem muito menos retorno eleitoral, em 2022.
E, a julgar pela recente experiência na própria pele, calculam pela Lei de Murphy; na hipótese de reeleição do atual prefeito, a relação que é ruim pode sim piorar.
Sobretudo, depois que o prefeito fez clara escolha. Entre prestigiar quem fez sua eleição, ele optou – pragmaticamente – por quem pode “garantir” o caminho da reeleição.
Portanto, procurar distensionar com o governo foi um recado político para dois Palácios: o da Redenção e o do Bispo. Para dizer a João que a porta está aberta e para comunicar a Bruno que há oxigênio fora da sua órbita.