Houve um tempo nesta Paraíba, e não faz tanto tempo, em que adversários eram tratados como inimigos pelo governante de plantão. O máximo a que tinham direito era o desprezo. O mínimo era a perseguição implacável até a destruição completa.
O deputado Tovar Correia Lima (PSDB), da oposição e do partido que disputou o segundo turno em 2022, pediu, publicamente, ontem, uma audiência ao governador do Estado.
Adversário, João Azevêdo (PSB) concedeu o pleito 24 horas depois. Sem demoras, sem delongas, sem humilhações, como em épocas pretéritas, quando uma audiência virava sinônimo de meses de espera e um dia de chá de cadeira e constrangimentos nos corredores do Palácio da Redenção.
O então prefeito Veneziano Vital (MDB), de Campina Grande, que o diga. Um fato do passado que não se repetiu no presente com o prefeito Bruno Cunha Lima (PSDB), recentemente recebido, em pessoa, na residência oficial do governador.
Tovar, um deputado entre 36 na Assembleia, recebeu imediatamente o sinal positivo e já sentou com o governador, frente a frente.
Demonstrações práticas de tempos oxigenados e atualizados ao modo civilizatório. E restabelecida a compreensão republicana de que governo não é de um partido e não tem um dono.
O ato de pedir e o gesto de conceder revelam duas coisas. A Paraíba tem um governo novo. E, ao que parece, uma nova oposição também.