No jogo do poder, tão excitante quanto tê-lo é a perspectiva de alcançá-lo. Aos 33 anos, Lucas Ribeiro (PP) é um político incensado por essa projeção. É o vice de um governador reeleito e com chances reais de desincompatibilização para disputar o Senado em 2026.
O que é uma vantagem também é um teste melindroso. De um lado, Lucas conviverá com uma fatia da política bafejando sua futura posse. Do outro, administrará os passos com o cuidado de não ultrapassar a linha limite na relação amistosa com o titular do cargo, o governador João Azevêdo (PSB).
Ao tempo que deve se preparar, interiorizar o nome, enraizar e ampliar relações políticas, precisa também da habilidade de ser e parecer confiável para quando abril de 2026 chegar e inspirar ambiente de segurança, em eventual transição administrativa com efeitos eleitorais.
Na campanha, Lucas e João tiveram a oportunidade de amalgamar convergências pessoais e de trato, durante uma epopeia de agendas pelos quatro cantos da Paraíba. Nos seis primeiros meses de governo, ambos aprofundaram uma parceria serena, frequentando, sempre juntos, inaugurações e atos de governo, construindo uma simbiose natural.
Uma estrada conjunta que permitiu ao governador a tranquilidade de sempre requerer o vice por perto, dividir os holofotes e agora se ausentar por quase duas semanas, passando o bastão ao seu companheiro de jornada, sem temer sobressaltos no cronograma administrativo ou dissabores arena política.
Lucas vem tendo a precoce serenidade, paciência e sabedoria de saber exatamente o seu lugar nesse processo. O desafio é se manter na mesma postura durante os próximos doze dias no comando do Estado e nos três anos vindouros, período crucial para orientar a grande decisão de João. A escolha que vai determinar a geografia de 2026.