Em política, não há vazios. Todo espaço alguém ocupa. Sem o senador Veneziano Vital (MDB), agora em franca aliança com Bruno Cunha Lima (PSD), o buraco na oposição em Campina Grande ficou maior do que a Avenida Floriano Peixoto.
Demorou, mas o clã Ribeiro percebeu que essa é uma oportunidade quicando na marca do pênalti, como numa final de Campinense x Treze. Pouco a pouco, o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e a senadora Daniella Ribeiro (PSD) botaram o time em campo.
Em pleno São João, mãe e filho começaram a colocar lenha na fogueira das críticas à gestão municipal. Em duas entrevistas distintas, Daniella e Lucas espalharam brasas no terreiro governista.
Ao Programa Hora H, especial de Campina Grande, a senadora foi fervorosa num comentário solto, sem citar nomes. “Os dois piores prefeitos da história de Campina Grande estão andando juntinhos, coladinhos”. A crítica tem residência, sobrenome e endereço, como diz a canção Não Leve Flores, de Belchior.
Uma semana depois, em entrevista à Rádio Correio FM, foi a vez de Lucas. Ao citar episódios de crises da gestão municipal, o ex-vice de Bruno classificou a atuação do prefeito como uma “gestão catastrófica”. “A maior obra da gestão foi a entrega de uma ponta de cinco metros que já vem da gestão anterior”, acossou.
A ocupação desse espaço, claro, exige para além de entrevistas pontuais. Mas, é um começo. O pavio, até então virgem, foi aceso.