Nem quartel policial, nem jardim da fantasia. As escolas são reflexo do seu entorno e da sociedade que temos. Não adianta pensar que, numa comunidade de conflitos, a unidade de ensino será uma ilha de paz.
O debate sobre a segurança nas escolas chegou no ponto de inflexão. É inadiável. Já há consenso da necessidade de investimentos para prevenção de ataques ou mesmo para evitar os casos de violência já tão rotineiros que sequer viram notícia.
Romantismos vencidos, a escola é sim lugar para ser protegido, efetivamente, pelo poder público. A grande questão agora parece ser qual tipo de segurança. Qual modelo a ser adotado?
Na Assembleia Legislativa dois bons projetos deram significativa contribuição. O deputado Júnior Araújo (PSB) apresentou indicativo para o Governo do Estado instalar detectores de metais e garantir ao menos um agente policial nos educandários da rede estadual.
A tese tem sido defendida há algum tempo aqui pelo autor do Blog e o deputado Júnior Araújo presta um grande serviço ao debate. A razão é elementar. Se o estado brasileiro paga por segurança patrimonial, por que não investir na proteção de vidas inocentes e indefesas no sagrado ambiente de aprendizado, o maior de todos os patrimônios?
Para quem receia presença armada e equipamentos de controle de entrada e saída, vale um choque de cotidiano. Uma coisa é o mundo ideal, outra é a vida real.
Na mesma Assembleia, o deputado Luciano Cartaxo (PT) apresentou um projeto que abraça outro lado dessa discussão. Ele sugere um Índice de Segurança Escolar. A ideia é monitorar o nível de segurança na escola e o ambiente de sua região.
Uma visão sistêmica sobre o assunto. Afinal, como dito na introdução deste texto, o que acontece na sala de aula é reflexo do cotidiano das casas, bairros centros de convivência na qual a comunidade escolar está inserida.
Não adianta fazer do colégio um território blindado se, fora das suas quatro paredes, a violência é naturalizada como beabá das relações nas residências e na esquina. O crime começa dentro das pessoas. Como diz o ditado, costume de casa vai à praça. E chega nas escolas.