Nem Euclides da Cunha, nas suas mais fantásticas profecias, conseguiria imaginar o semi-árido historicamente sofrido virando um mar de investimentos.
Nem o paraibano Celso Furtado, nas suas mais entusiasmadas teses, talvez conseguiu enxergar o sol, vilão visível de tanto tempo, como redentor econômico.
A castigada região de Santa Luzia, no sertão paraibano, acaba de ganhar o seu mais novo parque de energias renováveis, com aporte financeiro superior a R$ 3,5 bilhões, da Neoenergia, do grupo espanhol Iberdrola.
Lançado pelo presidente Lula e pelo governador João Azevêdo, esse é um dos quase 150 parques instalados e em vias de instalação na Paraíba.
Entre eles, o inaugurado pelo então presidente Jair Bolsonaro em Coremas, no mesmo sertão, pelo Grupo Rio Alto Energias, em setembro de 2020.
Amparado por pesquisas e baseado em viabilidade técnica, o mercado do setor identificou na Paraíba um terreno pra lá de propício. O que precisam para faturar encontram aqui: sol o ano inteiro e corredor de vento em abundância.
Ao poder público cabem apenas o ambiente de estabilidade, respeito aos contratos e incentivos fiscais. Ou, somente não atrapalhar. O governo João Azevêdo está fazendo as duas coisas.
A vocação natural do estado começa redimir a Paraíba do desafio da descentralização das riquezas, historicamente concentradas em João Pessoa e Campina Grande.
O desenvolvimento do interior, a distribuição das oportunidades e o aproveitamento máximo das potencialidades locais são os bons ventos que precisam continuar soprando. Para que o sol, enfim, nasça para todos.