Quando o Rio Grande do Norte contabiliza, oficialmente, perto de 300 ataques criminosos, o ministro da Justiça, Flávio Dino, desembarca na capital potiguar, cidade dominada pelo medo provocado por facções criminosas.
A recepção à chegada do ministro foi marcada por novos ataques nesta madrugada, horas depois de Dino pisar no solo da cidade e conceder, enfim, a primeira entrevista coletiva em que prometeu mais recursos e reforço policial.
Uma semana depois da deflagração dos primeiros ataques contra um terço dos municípios do Estado.
Os recados dos marginais não cessam e os prejuízos são incalculáveis. Comércio fechado, escolas vazias, sistemas de ônibus e trens prejudicados, hotelaria e turismo afetados, shows e eventos cancelados. Até o clássico América X ABC foi adiado. É um pedaço do país ajoelhado e impotente diante do crime organizado.
A injustificada demora da pedagógica presença física do ministro no epicentro da crise é incompatível com o tamanho da insegurança que ameaça os potiguares. Pela persistência dos atos criminosos, as providências ainda são desproporcionais.
O ministro preferiu acompanhar a situação à distância enquanto o Estado pegava fogo, literalmente. A leniência está sendo questionada e Dino em vias de ser convocado para questionamentos na Comissão da Câmara dos Deputados.
Mais do que explicações, o povo do Rio Grande do Norte precisa de ações e resultados. E o Brasil espera o resgate de parte do seu território, capturado pelos bandidos. Muito mais rapidamente do que o compasso do ministro da Justiça, o bombeiro que chega na hora de apagar as cinzas.