Agressão a jornalistas: não dá pra levar na esportiva! – Heron Cid
Opinião

Agressão a jornalistas: não dá pra levar na esportiva!

20 de março de 2023 às 17h32 Por Heron Cid
Breno Morais aborda repórteres com intimidação e palavrões nos corredores das cabines de imprensa

Dizem que o remédio para um doido é outro na porta. No episódio da agressão de Breno Morais, presidente in pectore do Botafogo, contra jornalistas, a receita é outra: lucidez e firmeza contra os gestos de insanidade.

A atitude do empresário é grave e exige reação à altura da imprensa, da gerência do Estádio e dos que respondem (formalmente) pela direção do Clube. O copo encheu e não dá mais para engolir, como cantou Gonzaguinha.

Conforme relatos dos repórteres agredidos e pelas imagens gravadas, o ex-dirigente intimida e ameaça profissionais de imprensa no seu sagrado espaço de atuação; as cabines do Almeidão. Uma violência inaceitável.

O motivo? Insatisfação com a cobertura de setoristas sobre decisões e estratégias do Botafogo-PB. Por certo, o empresário espera combinações até em opiniões, como nos jogos da Operação Cartola. Do contrário, na cabeça de Breno, ou na falta de uma, críticas se resolvem na grana ou no grito. Se não tiver jeito e se der mole, no braço.

Nem nos tempos mais sombrios desse país se tem notícia de tamanha arbitrariedade contra o jornalismo esportivo. Na Ditadura Militar, as vítimas do autoritarismo eram humoristas, artistas e jornalistas políticos.

O repúdio, em cadeia, veio na proporção do tamanho do acinte praticado, inclusive, nas barbas do secretário de Esportes, Zezinho do Botafogo: API, Associação dos Cronistas Esportivos, Acep e Federação Paraibana de Futebol emitiram notas.

A principal medida, todavia, tem de partir do Botafogo-PB, que deve obrigatórias desculpas à imprensa, desautorização pública do agressor e o compromisso de punição contra esse tipo de atitude troglodita e autoritária.

Porque este senhor pode até ser o “dono” do Botafogo, como ele próprio se intitula, mas até onde consta ainda não é o “dono do mundo”.

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