Começou com a denúncia do talentoso humorista Lucas Veloso. Nem todo mundo levou muito a sério. Mas logo o assunto passou a não ter graça alguma.
Principalmente, para milhares de clientes com milhões bloqueados. Uma situação difícil para quem acreditou na promessa mágica de dinheiro fácil.
A elaborada estratégia de sedução do dono da badalada Braiscompanny foi à frente com quem não manteve o pé atrás. Atraiu de pequenos investidores de economia de uma vida inteira à gente graúda do universo político e empresarial, que não resistiu à tentação. Muitos dos quais emprestaram imagem para avalizar o negócio e outros que se espremiam para uma selfie com o novo rico de Campina Grande.
O método de Antônio Inácio da Silva Neto já deveria gerar desconfiança desde o princípio. Nem o sobrenonome (Ais) era de verdade. Megalomania, necessidade patológica de ostentação e muita autopromoção.
Tudo fora do manual discreto de preservação, credibilidade e inteligência emocional dos grandes homens de carreiras e negócios sólidos no sistema financeiro no Brasil.
O garoto propaganda da empresa vendia mais do que um contrato, estimulava e pregava um estilo de vida. Uma retórica que estava mais para líder de seita do que para avalista de investimento sério.
Não foram poucos os seduzidos. E são milhares os prejudicados. O que muitas autoridades da Paraíba e gente fina da nossa society demoraram a enxergar, a Polícia Federal começou a colocar luz diante de olhos coniventemente fechados.
Mesmo diante do óbvio, durante meses o líder da Braiscompany levou sua clientela desesperada com a barriga sarada, em lives, frases de efeito e ataques para desqualificar portais, blogs, jornalistas e veículos responsáveis por publicar o que quem não era cego conseguia ver.
Ironicamente oriunda do famoso comediante de Campina Grande, a denúncia não era piada. A briga pessoal poderia até ser só cômica, mas o negócio da Braiscompany está se revelando trágico.