Na prestigiada solenidade de posse, o novo secretário da Educação, Roberto Souza, afirmou o que já vem dizendo abertamente em entrevistas. Oriundo do Ceará, ele chega à poderosa pasta por indicação do Republicanos.
Não é novidade para ninguém e foi acordada após o primeiro turno, quando a sigla decidiu pela manutenção do apoio ao governador João Azevêdo (PSB) no segundo turno, com direito à entrevista coletiva.
O Republicanos poderia ter barganhado qualquer outra pasta. Então, o que o levou a eleger, pleitear e emplacar a Educação?
Pragmático até dizer basta, o grupo instalado na sigla poderia pensar apenas na estrutura de cargos de uma Secretaria com ramificação nos 223 municípios paraibanos.
Os parlamentares eleitos poderiam estar focados apenas no diferencial de comandar um orçamento potente, de causar inveja e cobiça a qualquer partido da base governista.
Todos esses atrativos, claro, brilharam nos olhos quando a demanda foi embalada e apresentada ao governador. Mas não só isso.
Explico. O Republicanos é um dos poucos partidos que se pode chamar desse nome na Paraíba. Com tantos deles controlados donos isolados, como firma, o deputado federal Hugo Motta decidiu construir um, de verdade, com unidade interna e influência externa. Com espírito de grupo e presença permanente na mídia.
E aí começa a resposta. Detentor das maiores bancadas em Brasília e na Assembleia, o Republicanos tem arrojado projeto de poder e mira, desde já, na sucessão estadual e em cargo majoritário quando 2026 chegar.
Por isso mesmo, investe no que ainda não tem em escala estadual; conceito administrativo e experiência positiva de gestão.
A Educação, pasta sabidamente ocupada por integrante com seu DNA, é essa plataforma e seus resultados poderão funcionar como vitrine. Para tanto, Roberto Souza precisa acertar e, óbvio, permanecer no cargo.
