A configuração política em Campina Grande mudou da água para o vinagre. O clã Ribeiro, antes alinhado ao prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), agora está na oposição. E o senador Veneziano Vital (MDB), histórico oposicionista, se uniu ao projeto da família Cunha Lima por força da conjuntura de 2022.
Uma mudança em 180 graus que produzirá, óbvio, efeitos para a sucessão municipal. A nova oposição, todavia, é formada por vários retalhos. Tem antagonismos do PP, do vice-governador Lucas Ribeiro, ao PCdoB, da vereadora Jô Oliveira.
A gestão do prefeito Bruno Cunha Lima passa por notórias e incontestáveis turbulências administrativas, com respingos, inclusive no tamanho e saúde da bancada governista.
Bruno ainda convive com o fantasma da concorrência subliminar da alta aprovação popular e do desempenho acima da média do ex-prefeito Romero Rodrigues (Podemos). Um permanente parâmetro de comparação.
Mas, máquina é máquina e a unidade de uma oposição tão heterogênea obrigará a concessões e adaptações retóricas e ideológicas e a formatação de uma plataforma consistente para viabilizar candidatura e competitividade.
Não por acaso, parlamentares buscam contato mais aproximado com o governador João Azevêdo e sintonia fina com a estrutura do governo na cidade, como a reunião hoje com o socialista.
A nova configuração política local desafia a oposição de Campina Grande a provar, até 2024, que Romero não é a única ameaça real à reeleição de Bruno. Conseguirá?