Com a saída melancólica do ministro Sergio Moro, a pauta já tinha ido para o espaço.
Com os movimentos do governo nos braços do Centrão, o sofisma caiu por terra.
O discurso anticorrupção que levou Jair Bolsonaro ao poder já havia perdido força e ficado para trás.
A ordem, portanto, passou a ser pragmatismo da reeleição. Tudo pelo poder. Nada muito diferente do que faz o PT para se perpetuar por quatro mandatos no Planalto.
O baque veio hoje com a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, acusado de viabilizar manobras de “pastores” que vendiam facilidades – a peso de ouro, literalmente.
Antes de qualquer juízo de valor da culpa, ou não do professor, a ação da Polícia Federal atinge o peito do grande pilar retórico do governo contra Lula e o PT.
Sobretudo, porque Bolsonaro colocou até a cabeça no fogo pelo seu auxiliar, à época suspeito. Queimou a cabeça, o corpo do governo e as vestes da sua narrativa de diferencial. Esfumaçou.