Por tudo que representa, pela forma como escolheu para performar na política, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não passa, jamais, despercebido. Por onde anda, deixa seus rastros, mas na agenda de ontem na Paraíba Bolsonaro mexeu no tabuleiro político local de forma substancial.
A presença do presidente registrou o primeiro movimento de deslocamento da candidatura tucana do deputado Pedro Cunha Lima na direção do bolsonarismo, até então renegado e escanteado por gestos e palavras. O PSDB fez um aceno ao eleitor de Bolsonaro para evitar o palanque exclusivo pró-Nilvan Ferreira (PL).
O radialista, por sua vez, percebeu a jogada. E não deixou por menos. Ocupou a agenda inteira do presidente, se revezando nos eventos, no Hotel do Grupamento de Engenharia do Exército, na caminhada relâmpago pelas ruas de João Pessoa e até na noite que terminou em pizza, num restaurante da capital paraibana.
Ao que tudo indica, a quinta-feira deu um sinal claro de que Bolsonaro, até então visto com reservas por setores da política paraibana, será disputado na medida em que volta a crescer e ameaçar – de forma real – a candidatura do ex-presidente Lula, até então folgadamente favorita.
Se Bolsonaro vai virando a chave no Brasil. Na Paraíba, atores políticos começam a virar também. E uma ironia está a caminho. Não é mais só Lula que vai precisar administrar dois palanques na Paraíba. Quem diria, ein?!
