O desfecho da saída da senadora Daniella Ribeiro do PP para comandar o PSD na Paraíba é o resultado de uma construção de algum tempo. Nela incluía, antes, o ex-prefeito Romero Rodrigues (PSD), no período de diálogo com a vaga de vice do governador João Azevêdo (PSB).
Com o recuo de Rodrigues e depois o anúncio de apoio a Bruno Roberto (PL), os caminhos se desencontraram. Somou a favor do resultado agora conhecido a dificuldade de Romero formar, como prometido, chapa proporcional no PSD.
A relação desobstruída de Daniella com colegas senadores de outros partidos, como o PSD, facilitou a transição consumada. O ingrediente principal, porém, reside na articulação pessoal do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), pré-candidato ao Senado, com diálogo direto com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.
Para consumar a operação política, Aguinaldo precisou de perícia na relação com a nacional do PP, cuja cúpula se prepara para desembarcar em João Pessoa na próxima quinta-feira, num evento de filiação, um dia antes de idêntica solenidade que marcará a chegada de Daniella ao PSD.
Aguinaldo e Daniella certamente convenceram Ciro Nogueira e Arthur Lira, com argumento sólido e palpável, que a desfiliação da senadora é uma perda para uma estratégia de ganho maior.
O pré-candidato ao Senado, portanto, vai fazendo o seu omelete sem quebrar os ovos.