Minha filha,
Dia 18 de março de 2004. Quando a enfermeira passou rápido pelos corredores do Hospital Universitário da UFPB levando um pequeno “pacote” enrolado, corri ao encontro.
No elevador mesmo, vi atônito aqueles olhos fechadinhos tentando enxergar o mundo. O meu olhar começava a se abrir de uma forma que nunca mais seria o mesmo. Acabara de nascer um pai, aos 20 anos.
Hoje, 18 anos depois, vejo aquela pequena e indefesa criança agora forte, crescida, valente, obstinada… Mulher. Mulher de poucas palavras, mas de atitudes firmes, que sabe para onde vai, por saber de onde veio.
Solidária comigo nas horas difíceis, partilha entusiasmada nos dias de sorriso, já ouvi de ti palavras, conselhos e declarações guardadas no coração e que libertaram minha alma de medos e culpas.
Celebro com louvores a Deus, teu criador que confiou tua vida a mim na terra. Viva esse novo ciclo, a tua maioridade, com senso de propósito de uma existência para valer a pena.
E que ela seja uma mensagem sobre você, mas que comunique sobre o Pai, aquele que teceu tua vida com as próprias mãos, que já sonhava contigo e te conhecia antes mesmo de teus olhos acharem os meus.
Nessa maioridade, dirija teu caminho com leveza. Emancipe teus sonhos bem altos sem tirar os pés do chão. Afivele os cintos e voe para onde quiser. Sem esquecer que sempre terá para onde voltar.
E que na volta encontrará em mim um peito para repousar, e na partida contará com uma mão firme para te encorajar.
Teus 18 anos também me fazem maior. Gigante.