O debate do uso desenvolvimentista da Transposição do Rio São Francisco na Paraíba é pra ontem. A preocupação já foi objeto de várias abordagens neste espaço. São José de Piranhas, porta de entrada das águas no Sertão paraibano, deu o primeiro passo.
Uma audiência pública reuniu autoridades no município para debater o tema. A articulação coube ao prefeito Chico Mendes (PSB), e ao deputado Jeová Campos (PT), que tem nas águas sua maior bandeira de atuação na Assembleia.
A iniciativa de Chico, anfitrião do seminário, chega a tempo de compensar um nítido e incompreensível atraso e relaxamento de entidades, governos e agentes públicos com o estratégico assunto para o estado.
A chegada da água no semi-árido paraibano, depois de décadas de espera e bilhões de investimentos, não pode ser banalizada e nem minimizada no valor da sua dimensão e importância vital para o desenvolvimento econômico regional.
Para essa região, a água é ouro, riqueza de valor intangível. E, depois de tanta luta, não pode ser jogada de rio abaixo sem a sua exploração racional, consequente, planejada e indutora de desenvolvimento, emprego e oportunidade.
Inaugurada em março de 2017, até hoje o Eixo Leite, em Monteiro, não produziu o esperado e ainda capenga restrito ao abastecimento humano, sem projeto de produção de alimentos, ou qualquer coisa do tipo. O Sertão não pode repetir o equívoco.
E o Governo da Paraíba, pelo seu papel intransferível, precisa liderar esse processo chamando a sociedade, a academia e os setores produtivos a um planejamento capaz de fazer da água a matéria prima de um sólido desenvolvimento e emancipação econômica. Essa histórica oportunidade não pode se esvair entre nossas mãos. É pra hoje!