Eleição é o melhor elixir para apagar críticas e diferenças políticas, mas nem sempre suficiente para aplacar todos os resquícios. O evento que juntou MDB e a dissidência do PT na última segunda-feira, para lançar o senador Veneziano Vital (MDB) ao governo, esteve aí para mostrar.
Na plateia ficou evidente a divisão das tribos de Luciano Cartaxo (PT), Ricardo Coutinho (PT), Luiz Couto (PT) e Veneziano Vital. Cada qual no seu quadrado.
No palco não foi diferente.
A fala da deputada Estela Bezerra (PSB), condecorando Coutinho e Veneziano com o título de prefeitos “transgressores”, uma licença poética para “revolucionários”. Ao lado, um Luciano Cartaxo no vácuo e o constrangimento no ar. Apenas um dos sintomas visíveis e audíveis.
Mesmo assim, Luciano, que venceu Estela em 2012 e a hoje deputada Cida Ramos em 2016, ainda arranjou forças para, no seu discurso, pregar um olhar para frente. Não teve jeito. Foi interceptado diretamente pela ex-prefeita Márcia Lucena (PT), do Conde, para quem é preciso ver adiante sim, mas sem esquecer o passado.
O retrovisor está irremediavelmente ligado na aliança e água e óleo continuam sem se juntar. Por mais que a panela das conveniências eleitorais recomende a mistura.