Se eu fosse conselheiro de qualquer um dos atuais concorrentes ao Senado, a primeira coisa que diria: leve a sério a candidatura do carismático Sérgio Queiroz. A segunda: não subestime uma postulação atípica desde a origem.
Mas, alguém rebate logo de cara. O pastor será candidato em qual chapa? Ao que tudo indica, nenhuma. E aí já está um diferencial que pode beneficiá-lo no script de outsider, experimento que a Paraíba se mantém entre os poucos estados que ainda não viveu no Senado.
Se não tem o bônus de um palanque próprio, saindo “solteiro” pode receber votos de todas as fatias do eleitorado sem o ônus das rejeições de nenhum dos candidatos ao governo.
E os apoios? Líder evangélico com trânsito desobstruído entre seus pares de religião, independente de denominações, terá facilmente comitês orgânicos (e gratuitos!) em todos os municípios.
Será na prática um candidato avulso, instrumento que ele próprio defende na legislação. A filiação ao PRTB foi apenas o cumprimento de uma formalidade ao pré-requisito da atual regra eleitoral.
Não dava pra esperar que ele – uma incógnita – encontrasse abrigo em siglas tradicionais. Pelo contrário, portas foram fechadas. Funcionou aquela lógica; ninguém quer criar cobra para morder.
Existe aí, portanto, uma recíproca verdadeira.
Nem Sérgio é afeito à placenta da política e nem a política está habituada a candidatos paridos fora do seu útero, onde partidos e políticos vivem uma gestação de risco.
É aí que mora o perigo!