Simone Tebet (MDB) é a única mulher disposta a entrar no debate eleitoral de 2022. A senadora – cuja atuação na CPI da Pandemia ganhou holofotes – trata sua candidatura como “irreversível”.
Em entrevista em O Globo, neste fim de semana, ela disse se julgar como a opção mais consistente do chamado centro democrático.
E dá as razões: o perfil de competência, a baixa rejeição e o diferencial de voz feminina no clube do bolinha que se prenuncia.
Tirando as boas intenções e a possibilidade de atrair olhares para além da histérica polarização, o terreno da candidatura é acidentando.
A começar pelo histórico do seu partido. O MDB sempre foi pouco afeito à candidaturas presidenciais e mais voltado ao instinto de preservação de poderes estaduais dos seus caciques.
Os interesses e alianças regionais costumam prevalecer. Um desafio à parte para Simone, se sua candidatura for, como ela diz, “irreversível”.
Na Paraíba, por exemplo, o MDB está na iminência de oficializar a candidatura do senador Veneziano Vital. Só que a postulação guarda evidente motivação e expectativa numa composição com o PT de Lula.
No caso paraibano, Simone correria notório risco de não ter do seu próprio partido um palanque para pedir votos.
Mas esse constrangimento não seria caso isolado. A tendência se repete noutros estados onde os emedebistas costumam ser pragmáticos e priorizar os projetos de poder local. Um desestímulo para qualquer candidatura nacional.