Quem viu o desconhecido Julian Lemos (PSL) mirar e acertar na eleição de Jair Bolsonaro, no tempo em que o sucesso do então folclórico candidato era uma miragem, já tem provas de sua resiliência para a selva política.
Depois de plantar os pés na arena da Câmara, deixou de ser apenas animal instintivo. Agora, juntou a natureza de predador com o insight cerebral da rápida assimilação do xadrez jogado no andar de cima.
A exitosa agenda do ex-ministro Sergio Moro na Paraíba tem sua digital. Da ideia da visita ao planejamento estratégico, Lemos articulou tudo e calculou entrevistas, conversas com empresários e líderes religiosos.
Com desenvoltura e traquejo, o apoiador privilegiado e cabo eleitoral abnegado fez valer cada segundo da presença do candidato à Presidência da República em solo paraibano.
Na tática e habilidade de prospectar espaços estratégicos e contatos que somam, deixou Moro na cara do gol e o ex-juiz fez alguns deles num campo minado pela forte presença lulista na região.
Nos bastidores da entrevista concedida ao autor do Blog para a Rede Mais, Sergio Moro reconheceu o histórico de Julian, a quem traduziu como “pé quente” e o citou nominalmente na gravação como exemplo dos que, assim como o ex-magistrado, preferiram romper a continuar no governo.
Falava, claro, do histórico e participação do paraibano na emblemática campanha passada e do afastamento do presidente, quando o mandamento mais confortável era ceder, engolir e garantir portas abertas no Planalto.
Vice-presidente nacional do PSL e com trânsito livre e direto com Luciano Bivar, Lemos trabalha para uma aliança Moro e o União Brasil, o resultado da fusão com DEM e partido de maior fundo e tempo de propaganda eleitoral.
Conhecendo melhor o terreno onde pisa e como poucos o principal obstáculo do caminho, Julian se embrenhou no desafiador garimpo de 2022. E com uma pedra muito menos bruta do que aquela do deserto de 2018.
