Da pequenina Paraíba saiu um grande exemplar das coisas e da velocidade como elas mudam no Brasil. Com direito a fotos, repercussão e tudo.
Quis o destino, por franca ironia e atrevimento máximo, juntar aqui, em dias idênticos, dois antagonistas da nossa vida contemporânea.
Sergio Moro, o ex-juiz e autor de sentenças da Lava Jato, e Zé Dirceu, condenado em duas delas por corrupção e lavagem de dinheiro.
Moro estava dando entrevistas e pedindo votos para a próxima eleição presidencial que jurou antes nunca se interessar ou se candidatar.
Dirceu – apesar de 23 anos de cadeia nas costas, leve, livre e soltíssimo para curtir a vida nas águas quentes do paradisíaco litoral paraibano em passeios de lancha e desfrutar as férias no melhor da gastronomia de bares e restaurantes.
Em poucos anos, o juiz que triunfou na Lava Jato hoje vê o ocaso da operação que comandou quando magistrado.
E sente bem de perto o mormaço de um dos réus da força-tarefa se deleitando e usufruindo da suspensão das penas.
Com tempo suficiente para fazer campanha e articulação pela volta de Lula, o líder do que Moro – o agora candidato – e a Justiça em várias instâncias carimbaram como organização criminosa.
Tem reviravolta, contraste e coincidência mai brasileira? Sem esforço, o Brasil é roteiro de Netflix.