Passado e presente, João Azevêdo em detalhes; os bastidores da reveladora entrevista – Heron Cid
Bastidores

Passado e presente, João Azevêdo em detalhes; os bastidores da reveladora entrevista

2 de janeiro de 2022 às 12h09 Por Heron Cid

Quando a equipe chegou à Granja Santana, por volta das 8h30, para gravar a entrevista publicada neste domingo pelo Portal MaisPB, o governador João Azevêdo (Cidadania) já estava há cerca de uma hora dando expediente no seu escritório, acompanhado da assessora de imprensa e da secretária particular.

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Das 9h às 10h30, a entrevista circulou por três ambientes da chamada “residência oficial” do chefe do Executivo da Paraíba.

Conduzida pelo autor do Blog e o jornalista Wallison Bezerra, foi uma conversa. Menos formalidade possível para filmar e extrair o homem por trás do cargo.

Apesar de um compromisso logo seguinte, no Palácio da Redenção, João estava leve, receptivo, querendo falar.

No ambiente de ‘casa’, o estilo sisudo foi abrindo espaço para a espontaneidade na caminhada do escritório até a sombra da árvore em frente à morada.

Na saída das paredes fechadas, ainda houve uma discussão se na parte externa e aberta poderíamos falar sem máscara. João preferiu manter a máscara. Os entrevistadores aquiesceram.

Não houve tempo para qualquer conversa prévia. Já entramos gravando, captando tudo com a equipe da produtora Grão de Histórias, liderada pelo diretor Hiram de Castro.

O governador não sabia do que estava por vir e nem que seria perguntado sobre os primeiros computadores que comprou na década de 80 e daí em diante virou um técnico vidrado em informática.

Nem muito menos calculava que precisaria falar do regime físico, lembrar de situações como o chafariz na casa dos seus pais para os moradores da Rua do Rio ou da banda que tocou guitarra na escola industrial e nem, muito menos, da Festa das Hortências.

Perguntas fruto de pesquisa junto a pessoas que conviveram com o engenheiro muito antes de João Pessoa e a Paraíba o conhecerem como secretário, candidato e depois governador.

Gente, por exemplo, como o deputado João Gonçalves, vizinho de Rua do Rio, ou o engenheiro Beranger Araújo, vizinho de parede com parede no bairro dos Ipês, na capital paraibana.

A conversa descontraída ganhou ares mais circunspectos com questionamentos sobre episódios de gravidade e tensão. A delação de Waldson Souza, os bastidores do conflito interno do PSB, o rompimento com Ricardo Coutinho e a investigação que esmiuçou sua vida pessoal e chegou até familiares.

João trouxe à tona a forma como conduziu as demissões e o que pessoalmente viveu no olho do furacão da Operação Calvário que queria saber até onde ele estava envolvido ou beneficiado pelos repasses e propinas da Cruz Vermelha.

No todo, pelo conteúdo capturado no bate-papo e pelo cenário pouco comum nas entrevistas de chefe de estado, a entrevista arrancou o que, nós da imprensa, batizamos de furos jornalísticos.

Especialmente, porque trouxe à cena um João Azevêdo ainda desconhecido. E abriu mais as cortinas  do que o atual governo viveu por trás do palco das crises daquela que tinha tudo para ser uma gestão tranquila e que enfrentou duras batalhas políticas e o desafio de uma geração: a pandemia.

No stop final das câmeras de Wendell Belmont e Fernando Cézar, descontração. Azevêdo ainda contou histórias com um professor que o recrutou para fazer topografia nas fazendas do interior e “ganhar um dinheirinho”.

Lembrou do seu primeiro teodolito (equipamento usado na topografia) que ainda guarda nos seus arquivos pessoais e que, por falta de manutenção, já não serve mais, a não ser para conservação nostálgica.

Ao ser advertido pelo autor do Blog sobre a imagem ao lado, uma rede na varanda da casa na Granja, soltou uma tirada: “Essa rede quase não recebe visita”.

Riu, apertou as mãos dos entrevistadores, entrou no carro oficial que já o aguardava de motor ligado e foi cumprir duas agendas administrativas no Palácio, uma pela manhã e outra à tarde.

O bate papo solto do homem que dava sinais de que queria conversar mais precisava ser interrompido pela rotina pouco descontraída de decisões, reuniões, negociações e solenidades do governador que nunca pensou que seria.

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