A Paraíba com a faca e o queijo (artesanal) na mão – Heron Cid
Opinião

A Paraíba com a faca e o queijo (artesanal) na mão

30 de dezembro de 2021 às 14h00 Por Heron Cid
Foto: Elisa Elsie

Quem na Paraíba e no Nordeste não aprecia um queijo ou manteiga artesanal? Quem aparece de fora por aqui também não resiste ao sabor tipicamente regional.

Quem serpenteia pela Br-230 do litoral ao sertão costuma parar e levar um exemplar para casa.

Essa tradição, porém, esbarrava num limite pouco digestivo: os impostos que tornavam desigual a concorrência com laticínios, beneficiados pela tributação zerada.

Uma lei de 2019 já reconhecia a produção artesanal. Faltava um decreto para regulamentação.

Na prática, o produtor em casa poderia até fabricar e vender, mas quando o resultado do seu esforço chegava ao supermercado recebia um adendo de 18% de impostos.

A competição, portanto, era predatória, e o produto artesanal tinha poucas chances no mercado e sua cadeia produtiva, igualmente.

Novo decreto promove isenção total de icms, estimula, preserva e desenvolve o arranjo dos queijos e manteigas artesanais.

A nova legislação é resultado de muitas mãos. Ao autor do Blog, a deputada Pollyanna Dutra, presidente da Frente Parlamentar do SemiÁrido, contou que foram muitas reuniões de órgãos, articulações intersecretarias e mobilização dos produtores até a luta do queijo dar “o ponto”.

Sertanejo e amante do queijo de manteiga, o artesanal, frise-se, vibrei em particular com o movimento que culminou com a revisão do que era injustiça social e trava econômica ao mesmo tempo.

Produtores paraibanos, do Sertão e do Cariri, que já tinham a faca nos dentes para ir à luta, agora estão com o queijo na mão. Pronto para a venda. E o consumidor pronto para cortar.

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