Estado e União são linhas imaginárias. É no município onde a vida realmente acontece. Onde as pessoas moram e vivem. Pelos últimos atos, não há dúvida: o governador João Azevedo (Cidadania) está fazendo uma aposta na municipalidade.
Semana passada assinou convênios de R$ 130 milhões para obras de mobilidade nos municípios. A maior parte asfaltamento de ruas. Esta semana um novo encontro com prefeitos. Dessa vez, 104 milhões para creches municipais.
Nas contas do governo, o volume total de investimentos nas cidades alcançam R$ 600 milhões, entre obras na educação, compra de equipamentos, pagamentos de emendas impositivas e convênios com hospitais filantrópicos.
E por que esse foco? As ações são administrativas, fortalecem os municípios e a conexão de políticas públicas, mas os pontos eleitorais também entram nas consequências presumidas.
Obras e ações do Estado garantem presença simbólica do governante nas cidades. Ainda que sejam governadas por adversários, a marca fica. Para quem vai à reeleição, isso tem peso significativo.
Ainda mais porque o governador não vem usando a régua das cores políticas dos gestores na seleção e assinatura dos convênios.
Os dois últimos pacotes de obras contemplam aliados e adversários ferrenhos. Pra ficar em dois exemplos, o prefeito de Guarabira, Marcos Diogo (PSDB), e o de Monte Horebe, Marcos Eron (MDB), convictos oposicionistas.
Por mais radical que seja, não há adversário que se defenda de um convênio ou diga não a recursos para uma obra. Só doido rasga dinheiro. E entre prefeitos não há nenhum.
