A renhida disputa pelo comando da OAB Paraíba chega na retal final como começou: com o advogado Harrison Targino em posição de dianteira e os seus dois concorrentes, Raoni Vita e Maria Cristina Santiago (Kiu), pelejando para tentar surpreender nos instantes derradeiros.
Se não houvesse pesquisas internas, somente o conteúdo dos debates seria suficientemente revelador para atestar essa sensação palpável. Harrison é o alvo preferencial de Raoni e Kiu. Ambos focam na estratégia de polarizar com o candidato apoiado pelo atual presidente Paulo Maia.
Não é por acaso e nem por birra, óbvio. Bem orientados pelas suas estratégias de marketing, os dois se esforçam para tirar a vantagem do adversário. Uma liderança, aliás, que Targino soube administrar bem durante todo esse agitado processo.
De tão empenhados nesse propósito, Raoni e Kiu deixaram no ar nesses meses a sensação de que na verdade travam embate particular entre si. É como se estivessem lutando pela autoafirmação para as próximas eleições. É a impressão latente.
Mas, o que explica o favoritismo, até aqui, de Harrison Targino?
O volume de campanha é notadamente superior, a capilaridade política de sua chapa com candidaturas em todas as subseções, a forte presença da atual gestão no Interior, o diálogo desta com jovem advocacia e a aprovação do modelo de Paulo Maia são alguns dos trunfos.
Nada disso funcionaria, entretanto, sem a liderança e o capital político próprios do candidato. Dono de longeva e respeitada trajetória na advocacia paraibana, Harrison soube se impor com o perfil de alguém compromissado a sequenciar uma fórmula, mas com sua digital e estilo pessoal.
E na campanha conseguiu convencer estar habilitado para conduzir a OAB em momento desafiador e da capacidade de fazer os enfrentamentos necessários. A militância advocatícia e a experiência em gestão pública sem nódoas geraram status de confiança para a complexa missão. A soma (avaliação positiva de gestão e perfil do candidato) desequilibra a balança e pesa em favor de Harrison.
Eis, portanto, a radiografia da disputa, um dia antes das urnas e quando a advocacia paraibana – ela própria soberanamente e sem terceirizações – produzirá a fotografia final deste paradigmático confronto. Os advogados dirão se ampliam o que está em andamento ou se mudam radicalmente.