Parte da imprensa brasileira perdeu a mão na análise política e caiu na tentação de reproduzir a briga de torcidas ideológicas.
Cito aqui um exemplo ralo, porém eficiente para ilustrar os pesos e medidas divergentes numa balança que deveria ser crítica, não militante.
Quando Bolsonaro diz no mundo árabe que a Amazônia não queima porque é uma floresta úmida, a afirmação é tratada como mentira. E é mentira mesmo.
Mas quando Lula diz na Europa que a Petrobrás foi desmantelada pela Lava Jato, chamada pelo ex-condenado como uma “quadrilha montada” para destruir a estatal, a dureza de famosos analistas fica flácida.
Quando o chefe do PT finge que a destruição partiu de políticos, empresários e uma organização criminosa que devolveu bilhões roubados, a classificação da fala do petista é suavizada por alguns da dita grande imprensa pelos eufemismos “falhas” e “inconsistências”.
Tal qual Bolsonaro no caso da Amazônia, o termo correto para avaliar a fala de Lula e o escândalo da Petrobrás seria o mesmo.
Na métrica da verdade, mentira é mentira. De direita ou de esquerda.