Um sono sem sonhos, a morte de Cristiana Lôbo (Por Magno Martins) – Heron Cid
Opinião

Um sono sem sonhos, a morte de Cristiana Lôbo (Por Magno Martins)

11 de novembro de 2021 às 13h32 Por Heron Cid

Ainda em Brasília, já recebi várias mensagens e ligações de jornalistas amigos que conviveram com a colega Cristiana Lôbo, como eu. Deus a chamou aos 63 anos no auge da sua carreira. Jornalista bem informada, Cristiana passou por várias redações em Brasília antes de ser contratada pela GloboNews.

Trabalhei com Cristiana no Jornal de Brasília. Era redator interino da sua coluna política que trazia os bastidores explosivos da cena nacional. Escrevia a coluna no lugar dela uma vez por semana, sempre às segundas-feiras. Gentil e fina, recorria sempre a mim quando havia algum tropeço em sua agenda. Também me cobrava notas diárias. Além do jornalismo, Cristiana tinha comigo uma relação afetiva por seu filho ser casado com uma pernambucana.

Tinha também uma relação bem próxima com alguns figurões de Pernambuco no Congresso, onde atuou a vida inteira vindo de Goiás. Era amiga de Carlos Wilson, Eduardo Campos, Ricardo Fiúza e Joaquim Francisco, dentre outros. Na GloboNews, dividiu por muito tempo a bancada do Jornal das Dez com o colega pernambucano Gerson Camarotti, que começou como estagiário do Diário de Pernambuco na época em que eu era secretário de Redação.

A morte de Cristiana Lôbo deixa o jornalismo de Brasília e do País mais pobres. Era uma jornalista muito bem informada, trazia nos seus comentários sempre uma pitada nova,  ingredientes que enriqueciam e esquentavam os debates com o âncora Heraldo Pereira na bancada da GloboNews.

Cristiana vivia jornalismo com a ideia fixa da perfeição para que agora, com a sua morte, permaneça. Era o trabalho perseverante, que não tinha refúgio nem com a morte. A morte de uma pessoa amiga é uma dor insuportável, uma tragédia quando mais próxima na convivência. Napoleão dizia que a morte é um sono sem sonhos.

Que Deus a receba em sua morada!

Blog do Magno Martins

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