Relacionamentos só se sustentam com presença e, especialmente, reciprocidade. Vale para a vida, vale também para a política, uma faceta da outra.
Há tempos o senador Veneziano Vital e o governador João Azevêdo não se encontram. Parece até verso de música, e até lembra o melodioso Márcio Greyck e sua dramática “Aparências”, mas é real.
Maio foi o mês derradeiro do último contato físico dos ainda aliados. De lá pra cá, o desencontro encontra os dois. Repetidamente.
Em João Pessoa, em Campina Grande – terra natal do parlamentar – e agora em Brasília na reunião na qual o governador foi buscar apoio e recursos da bancada federal para o orçamento 2022.
Especialmente, pedir prioridade aos parceiros políticos.
Ora, as agendas não batem. Ora, são evitadas. Veneziano se esquiva de uma fotografia e de respirar o mesmo ambiente. Para não melindrar de um todo, se faz presente por terceiros.
Pode ser apenas mensagem de reação ao mal-estar atual da relação. Pode, mas sinaliza mais para estratégia de quem traça distanciamento para se preservar no futuro.
Afinal, Tancredo Neves já dizia: “Em política não há coincidências”.