O presidente Jair Bolsonaro inaugura o trecho do Eixo Norte da Transposição, a entrada das águas do São Francisco na Paraíba pelo Sertão, a região mais sensível do semiárido.
A solenidade formal embute um acerto administrativo do presidente. Sequenciar obras de antecessores, ainda que seja uma gestada no governo FHC e parida por Lula, um adversário ferrenho adversário.
Agisse pelo estômago, Bolsonaro poderia ignorar, dificultar e até boicotar o andamento da estratégica intervenção no Nordeste, uma região de forte penetração lulista, portanto, um território mais hostil do que receptivo ao atual presidente.
A atitude é republicana. Ponto. Como igualmente é a continuidade e ampliação do Bolsa Família, agora sob o batismo de Auxílio Brasil.
Quem não lembra do quanto se fez terrorismo plantando a ameaça de extinção do programa, caso alguma outra alma viva que não fosse filiada ao PT chegasse à Presidência.
A importante e indispensável política pública do governo Lula continua e com reajustes sucessivos. Mesmo sem ele ou algum indicado no comando da Nação.
As duas ações, Transposição e Bolsa Família, são caras aos nordestinos e rendeu popularidade e votos ao petismo. O presidente entendeu isso. Pode até ser radical, mas bobo não é.
Não faz nenhum favor. Mas, faz o papel de presidente. O que nem sempre é comum em se tratando de Bolsonaro e do padrão da egocêntrica política brasileira.