Crítico contundente à postura intransigente do deputado Cabo Gilberto (PSL), devo anotar aqui neste mesmo espaço: ao se vacinar e deixar de ser obstáculo aos trabalhos da Assembleia, o parlamentar age como se espera dos homens públicos e da racionalidade humana, a capacidade de reconsiderar.
Não fez nenhum favor ao Poder e nem à Paraíba. Fez um bem, antes de tudo, a si mesmo.
Ao ler mais cedo a notícia do recuo no Portal MaisPB, pensei de imediato: só os tolos – para não chamar de idiotas – não mudam de opinião, ensinou o poeta James Russel Lowell. Quanto mais quando é para o óbvio.
E, nesses tempos contemporâneos, eles – os tolos – são muitos. Habitam (com orgulho!) nas bolhas da direita e nas camisas-de-força da esquerda.
Uns se achando superiores aos outros, num nível de prepotência tamanha que os impede de enxergar uma incômoda constatação; convivem na mesma altura.
Na régua dos extremistas, uns negam a vacina. Outros, negam a corrupção. Cada qual com seu negacionismo. Ambos constrangedores, contagiosos e letais.
Por sabedoria ou estratégia, não importa, Gilberto desfiliou-se, ao menos por ora, dessa imensa e eclética lista dos que se alimentam, sem arredar o pé, daquela “velha opinião”.
Há mais virtude em quem abre os olhos pra ver do que em quem cerra as pálpebras pra continuar cego. Nunca é tarde para fazer o certo.
O Cabo tomou a vacina da Covid-19. Falta muito ‘coronel’ tomar a sua. A que não se encontra nos postos e nem nas filas. Igualmente, salva e liberta. Vacina sim!