É sério mesmo? A Assembleia Legislativa da Paraíba vai mesmo paralisar, de novo, as atividades presenciais porque apenas um deputado insiste em tentar desmoralizar o Poder e resolução interna, aprovada pela Casa?
Uma regra – diga-se – que não impede o deputado Cabo Gilberto (PSL) e nenhum outro parlamentar de participar das discussões e nem muito menos votar nos projetos em tramitação.
Como não está imunizado, o que é direito seu, Gilberto pode exercer na plenitude seu mandato nas sessões de modo remoto.
Se a intenção fosse realmente garantir o exercício público. Pelo visto, não é.
O deputado pretende, premeditadamente, se impor e à força marcar atuação presencial, mesmo contrariando a regra e a disciplina acordada entre seus pares.
Quer que os demais 35 se agachem ante à uma birra individual, política e ideológica de apenas um.
A postura é grave, especialmente em se tratando do líder de uma bancada, a da oposição.
Os demais integrantes do grupo concordam com essa intransigência de um dos seus membros? Endossa esse comportamento? Afinal, a posição do líder geralmente vocaliza os liderados.
Não há ninguém da bancada oposicionista, nenhum parlamentar da Casa que seja capaz de convencer o colega a seguir a razão, o óbvio e o correto; os protocolos sanitários?
Cabo Gilberto é um jovem. De origem humilde e das bases do povo, o policial chegou ao parlamento com toda legitimidade, pela porta da frente e dono de consagradora votação.
Merece ser respeitado em sua individualidade. Mas, definitivamente, não pode confundir liberdade com anarquia.
Quando age assim, comete a maior incoerência contra a própria profissão e vilipendia sua categoria. A disciplina e o espírito de grupo – tão indispensáveis à sua formação militar – não são só para quatro paredes de batalhões. É, também, princípio de vida em sociedade.