Seria cômica se não fosse trágica a fala da presidente do PT, Gleisi Hoffman, no encontro do ex-presidente Lula, ontem, em Brasília, com a bancada petista no Congresso, quando conclamou aliados para terem um discurso alinhado de rebate aos escândalos na era petista de Lula e Dilma. “Podemos fazer módulos específicos, com umas três horas, para a bancada, explicando tintim por tintim o que aconteceu. Mostrar o que aconteceu na lava jato, as mentiras que foram contadas, no que culminaram, o que falaram sobre a Petrobras. Temos que estar com isso na ponta da língua. Temos muitos argumentos e vamos encarar nosso debate”, disse ao lado do ex-presidente.
Joseph Goebbels, ministro de Propaganda Hitler na Alemanha Nazista, dizia que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Não é o caso do que aconteceu nos governos petistas, campeões em roubalheira no País, a começar do Mensalão, no primeiro mandato de Lula. Só não deu em impeachment porque o pernambucano Severino Cavalcanti, então presidente da Câmara, engavetou todos os pedidos feitos pela oposição.
O escândalo estourou em 6 de junho de 2005, quando o deputado Roberto Jefferson disse ao jornal Folha de São Paulo que o Partido dos Trabalhadores (PT) pagou a vários deputados R$ 30 mil por mês para votar favorável aos interesses do Governo na Câmara dos Deputados. Os fundos supostamente vieram dos orçamentos de publicidade das empresas estatais, canalizados através de uma agência de publicidade de propriedade de Marcos Valério. O que Hoffman tem a dizer sobre isso? Mentira, cara pálida?
Quanto à lava jato, exclusividade do seu discurso, foi resultado de um conjunto de investigações, realizadas pela Polícia Federal do Brasil, que cumpriu mais de mil mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, de prisão preventiva e de condução coercitiva, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina. Ao longo de seus desdobramentos, entre outras pessoas relevantes que acabaram sendo presas, o próprio ex-presidente Lula.
Também ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o seu sucessor Luiz Fernando Pezão, ainda durante o mandato. Ainda ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, os ex-ministros da Fazenda, Antonio Palocci e Guido Mantega, o publicitário João Santana, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, e o empresário Eike Batista. Ao final de dezembro de 2016, a Operação Lava Jato obteve um acordo de leniência com a empreiteira Odebrecht, que proporcionou o maior ressarcimento da história mundial, que causou graves danos à ordem econômica brasileira.
O acordo previu o depoimento de 78 executivos da empreiteira, gerando 83 inquéritos no STF, e de que o ministro Edson Fachin. Do STF, retirou o sigilo em abril de 2017. Aonde está a mentira, Gleisi Hoffman, cara pálida?
Blog do Magno Martins