O pouco que sei tem muito do que aprendi com Carmélio Reynaldo no curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba.
Entre as valiosas lições que carrego, uma: leitor, ouvinte e telespectador não têm qualquer obrigação de saber o que você não informou.
O Jornal Nacional – da TV Globo – cometeu um deslizes desses em sua edição de ontem.
Em nota coberta – expressão que ouvi pela primeira vez do também professor Wilfredo Maldonado – o programa noticiou a vitória da Seleção Brasileira Feminina contra a Argentina, por 3 x 1.
O qualificado William Bonner deu a autoria dos gols dos dois times e anunciou um próximo confronto nesta segunda-feira. Só.
O jogo foi no Estádio “Amigão”, em Campina Grande, e o próximo será no “Almeidão”, em João Pessoa. Quem viu o prestigiado jornal ficou sem saber o local dos dois eventos. O básico.
Uma falha considerável, especialmente, tratando-se do mais influente e assistido telejornal do país.
Registrar o “onde” não é questão de opção. É, sobretudo, informação. Omitir esse dado é desinformação do tamanho da gigante audiência do Jornal Nacional.
Deslize, preconceito ou omissão? O programa teria omitido a informação se a partida fosse em São Paulo ou no Rio de Janeiro? A pouca importância é da Paraíba ou da Seleção Feminina?
Independentemente da resposta, um erro. Seja no poderoso JN, seja numa notinha em difusora de poste.
Muita coisa mudou no jornalismo, mas o beabá da notícia receitado pelo mestre Carmélio continua valendo. Aqui e na Globo.