A chegada do promotor Antônio Hortêncio Neto é produto de uma luta interna do Ministério Público. Um processo que tem em Oswaldo Trigueiro Filho e Fred Coutinho, hoje desembargadores, os timoneiros.
Da eleição do primeiro promotor para o comando do MP para cá, o movimento de renovação, fortalecimento e independência da instituição cresceu e produziu frutos.
Com Antônio Hortêncio essa perspectiva se renova. Com um desafio histórico sobre os ombros do novo PGJ: manter os avanços institucionais, mas blindar a instituição de excessos e deslizes pessoais que baldearam a Lava Jato, a paradigmática operação contra a corrupção política no Brasil.
O ocaso da força-tarefa liderada inicialmente pelo juiz Sérgio Moro tem igual efeito geral ao que fez dela um parâmetro e estímulo para os MP’s Brasil afora. Se foi modelar no passado, hoje é alvo de desconfiança e esse sentimento desperta alerta social e mais acuidade das autoridades do Judiciário.
Reforçar os critérios, seriedade, institucionalidadade e respeito ao devido processo legal são agora, mais do que nunca, um escudo a proteger o Ministério Público de qualquer ataque semelhante ao que houve contra a República de Curitiba, hoje amofinada e desprovida da aura de antes.
No caso do MP paraibano, que tem sido ativo e altivo, essa preocupação é, antes de tudo, proteção a todo o patrimônio moral conquistado pelo esforço coletivo de promotores e procuradores, materializado nos resultados emblemáticos de grandes operações que emitiram forte mensagem na direção de novos costumes e práticas com o dinheiro público na Paraíba.
Uma Paraíba que não admite retrocesso do indispensável papel constitucional do MP e nem do rigor técnico e legal de suas investigações e procedimentos.