Eduardo Leite, o governador do Rio Grande do Sul e candidato a candidato do PSDB à Presidência, passou pela Paraíba no fim de semana.
O gaúcho é mais um dos peregrinos da chamada terceira via, um movimento que muita gente quer, mas quase ninguém acredita.
À imprensa de Campina Grande e João Pessoa, o tucano pregou a necessidade de um debate de futuro, espírito que nem Bolsonaro do presente e nem Lula do passado inspiram muito.
O governador até tem um discurso concatenado, produz interessantes frases de efeito, dialoga com a nova política, mas falta-lhe – ainda – o que entendidos chamam de élan.
Ele próprio admite ser desconhecido. Mas essa não é a questão. Quem conhece Eduardo sai com a impressão de que está diante de um manequim; bem arrumado, porém sem a vivacidade tão cativante a nós latinos.
Outros chamam isso de carisma, da capacidade de emocionar, de prender a atenção do público e de atrair potenciais eleitores.
É verdade que um líder, um gestor precisa mesmo é ser competente, ter resultados para mostrar. Ninguém, entretanto, renega que voto é uma conquista subjetiva e a aproximação com o eleitor é determinante nesse processo.
É o tal tempero. Quem não o tem, pode ficar na política como um prato muito bonito, mas sem cheiro e desprovido de sabor.
Especialmente para se comunicar com os nordestinos, povo caloroso por natureza, qualquer candidato precisa de ‘sal’, ingrediente que Eduardo e o próprio João Doria – os concorrentes nas prévias tucanas – demonstram certa deficiência.
Receita, aliás, que o PSDB – historicamente em nível nacional – sempre teve dificuldade de encontrar o ponto.