Por mais incrível que pareça, e bota incrível nisso, foi Abraham Weintraub quem mais acertou ao comentar sobre o estrambótico desfile militar pela Esplanada dos Ministérios no dia da apreciação em plenário do voto impresso.
No twitter, o excêntrico ex-ministro da Educação postou:
Adepto de teorias conspiratórias e do uso da força, como todo e qualquer inveterado bolsonarista, Weintraub teve um espasmo de lucidez, daqueles raros e sagrados lampejos que vêm e vão sem avisar dia e hora.
A relação do Planalto com os chamados partidos de centro não é por pauta nenhuma. É tão somente fisiológica. Uma troca. Eu dou o que vocês querem da casa e vocês não ameaçam minha propriedade. E todos ficam felizes até que a eleição nos separe.
A passagem dos tanques de guerra por Brasília, uma “trágica coincidência” no dizer do deputado Arthur Lira (PP-AL), tem tudo para ter sido realmente uma exótica coincidência e um fato já programado há meses, todavia, festivamente recebida e logo convertida em diversionismo pelos pendores autoritários do presidente.
Nada com nada. Somente mais um capítulo pitoresco do circo armado na capital do país que leva a oposição ao brado de sempre e o presidente ao estado máximo de excitação.
No caso do auto exilado ex-ministro, foi uma revelação para dentro do universo e bolha bolsonarista. De tão óbvia precisou ser despejada para o mundo lá fora, onde a realidade costuma passear de quando em vez.
É duro, mas forçoso admitir: Weintraub tem razão. E quando mentes como a dele estão com a razão é porque estamos vivendo mesmo uma “coisa de louco”.
