Por que o ‘voto impresso’ morreu na Câmara – Heron Cid
Opinião

Por que o ‘voto impresso’ morreu na Câmara

10 de agosto de 2021 às 22h18 Por Heron Cid

Deu o esperado. O debate do voto impresso não nasceu de uma preocupação legítima de ampliação da segurança das urnas.

A discussão brotou, como quase tudo nos últimos tempos, do viés ideológico, muito mais interessada no tumulto, na dúvida, do que a lisura do pleito.

Em plena pandemia, o debate do voto impresso é o que se pode chamar de um não assunto. Despropositado, sem fundamento, sem uma única prova de fraude ou manipulação.

A mudança num sistema só pode ser proposta de forma contundente a partir de um fato gerador, de uma fraude, de um erro, de um argumento cabal.

O Judiciário inteiro, o Ministério Público idem, rejeita em uníssono as dúvidas que maldosamente são colocadas sobre o sistema.

O debate do voto impresso é mais um agitado pela histérica polarização em vigor no Brasil. Não é uma discussão séria, sensata, é puro diversionismo, cortina de fumaça extemporânea no país da pandemia.

E por que, apesar de pedir segurança, a tese perdeu? Pela forma como foi colocada. Polarizada entre voto impresso versus voto eletrônico, a primeira impressão é a óbvia: retrocesso.

A lembrança da cédula é a pior possível. Remete ao atraso, a manipulação, a dúvida, ao tumulto. A linha de defesa foi totalmente associada ao bolsonarismo, e não relacionada a uma discussão técnica.

Essa já é uma página virada. E vai para os arquivos das nulidades. A democracia, exercida pelo voto da maioria dos deputados, deu a palavra final. E em votação eletrônica!

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