Deu o esperado. O debate do voto impresso não nasceu de uma preocupação legítima de ampliação da segurança das urnas.
A discussão brotou, como quase tudo nos últimos tempos, do viés ideológico, muito mais interessada no tumulto, na dúvida, do que a lisura do pleito.
Em plena pandemia, o debate do voto impresso é o que se pode chamar de um não assunto. Despropositado, sem fundamento, sem uma única prova de fraude ou manipulação.
A mudança num sistema só pode ser proposta de forma contundente a partir de um fato gerador, de uma fraude, de um erro, de um argumento cabal.
O Judiciário inteiro, o Ministério Público idem, rejeita em uníssono as dúvidas que maldosamente são colocadas sobre o sistema.
O debate do voto impresso é mais um agitado pela histérica polarização em vigor no Brasil. Não é uma discussão séria, sensata, é puro diversionismo, cortina de fumaça extemporânea no país da pandemia.
E por que, apesar de pedir segurança, a tese perdeu? Pela forma como foi colocada. Polarizada entre voto impresso versus voto eletrônico, a primeira impressão é a óbvia: retrocesso.
A lembrança da cédula é a pior possível. Remete ao atraso, a manipulação, a dúvida, ao tumulto. A linha de defesa foi totalmente associada ao bolsonarismo, e não relacionada a uma discussão técnica.
Essa já é uma página virada. E vai para os arquivos das nulidades. A democracia, exercida pelo voto da maioria dos deputados, deu a palavra final. E em votação eletrônica!