Mataram o filho da cantora (Por kubitschek Pinheiro) – Heron Cid
Crônicas

Mataram o filho da cantora (Por kubitschek Pinheiro)

7 de agosto de 2021 às 12h18 Por Heron Cid

Sinapses de tragédias cyberbullying.

Desvantagens. Seres ou não seres.

Muito do que se passa pela cabeça de uma pessoa xenofóbica foi ampliado no território da Internet (o que significa algo a pensar e muito).

As agressões são automáticas.

Quando li que o jovem Lucas de 16 havia se matado, depois de uma postagem que simulava um selinho noutro jovem, fiquei com medo dessa liberdade fortuita, como se os inimigos estivessem sentados à mesa. Será?

Ideias ruins, ideias recorrentes de ideias fixas. Ou seja, gente louca solta por aí. Eu tenho sempre essa mania de pensar que essas pessoas se arrastam de velhos hospícios, gente sem cérebro, de centenas de encarnações, sem nada a servir.

Eu queria escrever um texto suave, mas não consigo. Arriscar seria cair na banalidade “name dropping”, mas que não se salva, nem se salvará no último momento. Eu digo último porque não nada mais triste que essa notícia: encontrar um filho em casa.

A mãe Walkiria Santos, chega em casa e encontra o filho morto, efeito de uma série de comentários cruéis escritos nas redes do filho, por pessoas que só penam em destruição. Misericórdia.

A mãe se desespera, grava um vídeo e espalha a dor.

A sensibilidade se altera. Creio que isso vai de mal a pior, quando se vive num país que deixou de ser Brasil. No mundo todo.

Há muita gente que nem sequer explora os conceitos de tempo e de empatia – desmanchando alegrias com mensagens malditas. Tais discursos monolíticos do mal entram em ação numa competição, entre outros demônios.

Eu diria que as ideias florescentes não existem mais. Só em raras pessoas que fazem caridade, que se preocupam com o bem estar do outro e assentam melhor nessas tramas de hoje.

Não tenho mais fôlego ao saber dessas coisas a seco. É um compêndio de horrores, de pensamentos ruins, de auto-destruição que se percorre com gosto.

Aí um cara da PB escreve que o adolescente optou pelo suicídio. Opção? Meu Deus.

Os espaços de saudade vão ficar com a mãe e os irmãos. Uma saudade cuja matize não se enquadra de tanta dor.

Uma coisa é certa, somos contemporâneos dessas crueldades que estão manifestamente a construir a morte um do outro.

Sinapses de tragédias cyberbullying, sobretudo quando podemos fazer nada. Nada. Nada. Mataram o filho da cantora.

Kapetadas
1 – Se sou o que sou, não seria o que não sou. Mas se não seria o que não sou, sou o que sou. E priu.
2 – O fundo do poço é um buraco sem fundo.
3 – Sem som na caixa.

MaisPB

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