Ao primeiro olhar, o encaminhamento levar a PEC do Voto Impresso ao plenário, decidido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, parece um arreganho.
Causa a impressão (sem trocadilho) de um agrado ao Planalto com o fito de impedir que a tese defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, e até por setores da oposição, morra na Comissão Especial.
Mas, só parece. Quem observou direito o conteúdo do anúncio do deputado alagoano ler outra coisa nas entrelinhas.
Arthur saca o argumento da democracia como o maior trunfo para sentenciar o final dessa novela, que paralisa o país em detrimento de pautas de real interesse e prioridade.
Afinal, quem defende – de verdade! – a democracia tem que se submeter a vontade da maioria.
Para tanto, nada mais soberano do que o crivo do plenário da Câmara, onde o assunto morre ou vive.
Se o governo tiver votos, vence a batalha e faz valer sua visão sobre o sistema eleitoral.
Perdendo, o governo também perde o discurso. Porque a PEC terá sido submetida ao voto de todos os 513 eleitos pela urna eletrônica. Legitimamente.
Depois da votação, nenhum dos lados poderá mais questionar o resultado. E nem pedir recontagem.